BARATA RIBEIRO, Agildo da Gama (Rio de Janeiro, Brasil, 1/07/1905 – Rio de Janeiro, Brasil, 14/08/1968).
Mais conhecido como Agildo Barata. É curioso notar que não se conhecem pseudônimos ou nomes de guerra de Agildo, conhecido e mencionado sempre como Agildo Barata.
Agildo Barata foi uma das figuras que mais participou da vida política de seu tempo, tendo tomado parte em todos os acontecimentos de destaque que marcaram a história do Brasil de sua época. Terminou a Escola Militar do Realengo, saindo aspirante em 1928, e ligou-se logo ao movimento tenentista, aderindo à Aliança Liberal, que reuniu os adeptos da candidatura de Getúlio Dorneles Vargas à presidência da República. Em outubro de 1930 foi um dos militares de maior destaque do Movimento de 1930 no Nordeste. Por suas idéias libertárias e democráticas, não tardou a se incompatibilizar com o governo que ajudara a chegar ao poder e aderiu, em 1932, ao Movimento Constitucionalista de São Paulo, que se opunha a Vargas. A derrota do movimento custou-lhe um ano de exílio em Lisboa.
De volta ao Brasil filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (Partido Comunista Brasileiro depois de 1961 – PCB) no início de 1934. Em 1935 foi um dos fundadores, no Rio Grande do Sul, da ampla frente antifascista que foi a Aliança Nacional Libertadora (ANL), lançada em março. Neste mesmo ano de 1935 comandou o levante de 27 de novembro no 3º Regimento de Infantaria (3º RI), no Rio de Janeiro. Preso durante dez anos, em função do fracasso do movimento, ao sair da cadeia, em 1945, Agildo dedicou-se à reorganização do PCB. Foi vereador no Rio de Janeiro, pela legenda do partido, alçado ao comitê central do mesmo e responsável pelas finanças do PCB, garantindo, inclusive, a edição de seus jornais.
Em 1956, depois das denúncias de Kruchov dos crimes de Stalin, Agildo lutou por modificar toda a perspectiva do partido, propondo que fossem colocados em questão os princípios de organização até então adotados e, em especial, que fosse substituída toda a direção partidária. Não conseguindo seus objetivos, e passando a ser mal visto pela direção, a partir das posições que tomou, Agildo pediu seu desligamento do PCB a 13 de maio de 1957, encerando 23 anos de intensa militância comunista e sem nunca se ter afastado do ideal socialista que norteou sua vida.
Agildo Barata casou-se com Maria Ribeiro, com quem teve um filho, o consagrado ator cômico, Agildo Ribeiro.
Agildo Barata vinha de famílias abastadas, tanto de parte de pai quanto de mãe. Sua mãe, Maria Gabriela da Gama, pertencia à aristocracia agrária já decadente, os Teixeira de Barros e os Dantas da Gama, de Pindamonhangaba, São Paulo. Seu avô, Luiz Teixeira de Barros chegou a ser um dos cinco maiores produtores de café do mundo. Maria Gabriela era afilhada do poeta Emílio de Menezes, seu tio por afinidade e, segundo Agildo, sua mãe deveu à influência do padrinho uma formação humanista.
O pai de Agildo foi Atanagildo Barata Ribeiro, neto do famoso médico baiano Cipriano Barata, um dos chefes da chamada Conspiração dos Alfaiates de 1798. A avó paterna de Agildo, Veridiana, filha de Cipriano, casou-se com o pintor português José Maria Ribeiro, que conheceu quando este pintava o retrato de seu pai na prisão. Depois da morte do marido Veridiana mudou-se para a Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, com seus dois filhos, Atanagildo e Cândido, onde viviam com a ajuda de Cipriano Barata.
Cândido Barata Ribeiro formou-se em Medicina. Ardente republicano e amigo do marechal Floriano Peixoto, foi ministro do Supremo Tribunal Federal e o primeiro prefeito do Distrito Federal (deu nome a uma das principais ruas de Copacabana, a rua Barata Ribeiro).
Atanagildo foi para a Escola Naval. Aos 18 anos, participou como guarda-marinha do final da Guerra do Paraguai e formou-se como engenheiro naval. Ao contrário do irmão, era monarquista e inimigo figadal de Floriano Peixoto, tendo participado da Revolta da Esquadra em 1893, pelo que esteve algum tempo preso.
Quando casou-se com Maria Gabriela, muito mais moça do que ele, Atanagildo era viúvo e tinha cinco filhos do primeiro casamento, três homens e duas mulheres. Destes irmãos por parte de pai só dois são lembrados por Agildo em suas memórias, pelo papel que tiveram em sua vida. O mais velho deles, João, oficial da Marinha Mercante, foi quem custeou o tratamento da madrasta, quando esta, tuberculosa, teve que ir para um sanatório em Campos do Jordão. O outro irmão, Francisco, médico no Rio Grande do Sul e casado com a irmã mais moça de Maria Gabriela, foi que tomou a seu cargo os irmãos menores, quando ficaram órfãos de mãe.
Ao perder o marido Maria Gabriela ficou com dois filhos pequenos: Zamiro, que ainda não tinha dois anos, e Agildo, com sete meses. O soldo que recebia como pensão do marido era insuficiente para o sustento da pequena família e Maria Gabriela passou a alugar quartos, fornecer marmitas e dar aulas particulares de línguas. O trabalho e a pouca alimentação minaram-lhe a saúde e a tuberculose se instalou. Moravam na rua Pedro Américo, no Catete.
Agildo começou seus estudos no colégio Santo Antônio Maria Zacarias, dos padres barnabitas, na rua do Catete, e a seguir continuou seus estudos em escola pública. Terminado o primário, Agildo entrou para o Colégio Militar do Rio de Janeiro. Apesar do Colégio Militar ter sido criado para atender à educação de órfãos de militares da Guerra do Paraguai, Maria Gabriela precisou da ajuda de amigos do Exército para conseguir a matrícula de Agildo – o mesmo havia acontecido com a mãe de Luiz Carlos Preste, alguns anos antes, para matriculá-lo, também filho de militar, no mesmo colégio.
Quando sua mãe morreu, em 1920, Agildo estava no terceiro ano do Colégio Militar e foi viver em São João Batista do Camaguã, no Rio Grande do Sul, onde seu irmão Francisco clinicava. A tragédia rondava a família e em junho, um mês depois da morte da irmã, a mulher de Francisco, tia dos meninos, morreu em trágico acidente. Francisco passou a criar sozinho os irmãos caçulas.
Agildo terminou o Colégio Militar em Porto Alegre, para onde fora transferido. Em 1925 entrou para a Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e saiu aspirante em 1928, indo servir no 1º Regimento de Infantaria, na Vila Militar. Lá conheceu o tenente baiano Juracy Magalhães, que também servia no 1º RI.
Desde o Colégio Militar Agildo simpatizava com o movimento tenentista, o que se consolidou na Escola Militar e levou-o a ligar-se aos tenentes e a participar com eles da Aliança Liberal, organizada para apoiar a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República. Com a derrota de Vargas nas urnas, Agildo participou ativamente do movimento militar que levou Getúlio Vargas ao poder, em outubro de 1930. Em palavras dele:
A ânsia dos tenentes de realizar alguma coisa, suas repetidas formulações de que era impossível ficar pior do que estava e a teimosia do governo em não conceder a anistia política aos revolucionários dos dois 5 de julho foram as principais circunstâncias que facilitaram a aproximação dos políticos da Aliança Liberal com os tenentes e que acabaram por produzir a espúria ação conjunta de duas forças políticas de origens tão diversas: os políticos da AL e os tenentes passaram a marchar ombro a ombro, olhando-se reciprocamente de soslaio.
Barata, 1978, p.86.
Em janeiro de 1930 o coronel Maurício Cardoso convidou Agildo e o tenente Juracy Magalhães para acompanhá-lo à Paraíba, em missão junto ao 22º Batalhão de Caçadores 22º BC), sediado na capital do estado. Antes de responder, Agildo e Juracy consultaram Juarez Távora, chefe dos tenentes desde que Prestes aderira ao comunismo. Juarez aprovou a ida e com Agildo e Juracy seguiram para a Paraíba os tenentes Jurandir Mamede e Paulo Cordeiro de Melo.
Derrotado nas urnas, Getúlio e seus aliados tenentes acabaram por desencadear o movimento que a 3 de outubro de 1930 derrubou Washington Luiz. Agildo teve papel destacado no movimento. Não só foi figura de proa na tomada do 22º BC, e do poder na Paraíba, como participou da tomada dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Vitorioso o Movimento de 1930, os tenentes tiveram por algum tempo papel de relevo no governo, ocupando interventorias em quase todos os estados brasileiros. Juarez Távora foi nomeado Delegado Militar da Revolução para o Norte-Nordeste e Agildo escolhido como seu secretário, função que desempenhou por dois meses. É que começava, por parte dos tenentes mais interessados em mudanças, o desencanto com o Movimento de 1930.
Os tenentes tentavam organizar-se para radicalizar a situação, mas sem êxito. Agildo criou no Recife um comitê revolucionário, do qual participavam Juracy Magalhães, Antenor Navarro e Carlos de Lima Cavalcanti. Mas o comitê não se manteve e em breve os companheiros de Agildo seriam interventores, respectivamente, na Bahia, na Paraíba e em Pernambuco. Agildo Barata participou ainda de outras tentativas de reorganizar os tenentes, como por exemplo, do Congresso Revolucionário, em dezembro de 1930 e do Clube 3 de Outubro, no início de 1931, mas todas fracassaram. Agildo rompeu então com o governo e ligou-se ao Movimento Constitucionalista de São Paulo, em julho de 1932, só não entrando em ação militar porque estava em missão para levantar tropas no Rio. Foi preso na noite de 8 para 9 de julho, na casa onde morava, na atual Avenida Maracanã, no Rio de Janeiro. Ficou preso até o final da revolta paulista e no final do ano, com a derrota do movimento, foi exilado para Lisboa, onde viveu um ano, até o final de 1933, quando voltou ao Brasil.
Em Lisboa Agildo teve contato com muitos revolucionários marxistas e a oportunidade de conhecer a literatura sobre o assunto. Voltou ao Brasil adepto do socialismo, certo de que só as idéias de Marx e de Engels apresentavam propostas para a construção de um mundo melhor.
No Brasil, para sobreviver, Agildo abriu uma sapataria de luxo no centro da cidade, a Casa Pato. A sapataria faliu, mas em julho de 1934, com a Constituição, os revoltosos de 1932 foram anistiados e Agildo voltou às fileiras do Exército.
No mesmo ano de 1934 Agildo Barata filiou-se ao então Partido Comunista do Brasil, recrutado pelo major Carlos da Costa Leite, que era membro do partido. Como sua atuação partidária no setor militar fosse bastante restrita, Agildo organizou um grupo de companheiros – os tenentes João Cabanas, Nemo Canabarro Lucas e o civil José Augusto de Medeiros – para atacar os integralistas, membros da Ação Integralista Brasileira, movimento de extrema direita simpático ao nazi-fascismo. Por suas posições, foi transferido pelo ministro da Guerra, Aurélio de Góis Monteiro, seu desafeto, para o 8º Batalhão de Caçadores, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Em abril de 1935 Agildo Barata participou da criação, no Estado, de núcleos da recém lançada Aliança Nacional Libertadora, formada pelos tenentes descontentes com os rumos da revolução de 1930. Luiz Carlos Prestes fora aclamado presidente de honra da organização e o PCB acabou por aderir a ela, cujo presidente era o comandante da Marinha, Hercolino Cascardo. Nessa ocasião Agildo Barata, além de presidir o núcleo da ANL em São Leopoldo e ser vice-presidente da organização no Rio Grande do Sul, já era ativo militante do PCB.
Com os ânimos acirrados entre aliancistas e integralistas, Agildo acabou sendo recolhido ao quartel, preso por suas atividades políticas. Como sua vida corria perigo, amigos no Exército conseguiram sua transferência para o Rio de Janeiro, onde deveria cumprir os 20 dias de prisão que lhe restavam. Agildo foi cumprir a prisão no 3º Regimento de Infantaria, situado na Praia Vermelha, onde encontrou-se com Francisco Leivas Otero que era, além dele, o único oficial comunista do regimento. Mas o núcleo aliancista era grande, e havia comunistas entre os militares subalternos.
Agildo apresentou-se ao 3º Regimento no dia 8 de novembro. No dia 25, receberam ordens de Prestes para levantar o quartel, em apoio aos movimentos que haviam estourado em Natal e no Recife, cujo caráter ainda não era bem conhecido no Rio. Agildo foi designado o comandante do levante e traçou os planos de ação – tinham pouco mais de 24 horas para preparar-se. Os revolucionários contavam com o apoio da aviação, pois a Escola de Aviação Militar estava comprometida com o levante, mas foi derrotada. Quando os aviões da Escola sobrevoaram o quartel da Praia Vermelha foi para bombardeá-lo.
Sitiado o quartel, houve uma troca de correspondência entre o general Eurico Gaspar Dutra, comandante da 1ª Região Militar, que intimava o comandante revolucionário do 3º RI a render-se, e Agildo que, por seu lado, conclamava o general e sua tropa a aderirem ao movimento revolucionário. Já derrotados, depois dos bombardeios do governo que destruíram o quartel, quando a tropa do general Dutra tomou o regimento, houve um episódio que mostra bem o temperamento de Agildo. O capitão legalista Nelson de Paiva, de revólver em punho, gritou: “Quem é esse filho da puta do Agildo Barata?”, ao que Agildo, já preso, respondeu: “O Agildo Barata sou eu, o filho da puta es tu!”, e o capitão encolheu-se.
Agildo ficou preso durante dez anos e teve sempre uma atuação destacada nos diversos presídios por que passou, ajudando a organizar o chamado “coletivo” da cadeia. Organizaram-se os mais diversos cursos (muitos presos foram alfabetizados nessa ocasião) e palestras sobre vários assuntos e diversos níveis. Além de professor e organizador político Agildo destacava-se por seu senso de humor, que ficou famoso. Participou da criação de uma “emissora de rádio”, a PR-ANL e foi autor de várias paródias, entre elas o Hino do Brasileiro Pobre, com a música do Hino Nacional Brasileiro. Era mestre em encontrar apelidos para os companheiros, que duravam por quase toda a vida deles. Outra situação que lhe deu fama foi o boicote que ensaiou ao Tribunal de Segurança Nacional, excrescência criada por Getúlio Vargas para “julgar” os presos políticos e que permitia até o julgamento retroativo de crimes de pensamento. Agildo propôs o boicote ao tribunal: ninguém deveria comparecer a ele. Quando quiseram levá-lo à força declarou que não vestiria mais que uma cueca e acabou sendo arrastado de pijama.
Na opinião de seus companheiros de prisão, Agildo era uma pessoa extremamente simpática e brincalhona, com excelente humor, o que ajudou muito no longo período em que esteve encarcerado. Participava nas peças teatrais montadas pelos presos, quando estavam na ilha de Fernão de Noronha, e mostrou ser excelente ator.
Desde o tempo nos presídios que começaram divisões no partido comunista, tanto em função da avaliação do movimento de novembro de 1935 quanto sobre a tática política a ser adotada. Nessas discussões Agildo apoiou sempre a direção partidária. Ao ser libertado, com a anistia de 1945, estava ao lado de Luiz Carlos Prestes e da comissão responsável pela Conferência da Mantiqueira, que considerando-se reorganizadora do partido, havia eleito Prestes secretário-geral.
Agildo passou a dedicar-se a reorganização do PCB, que contou com apenas dois anos de legalidade. Em 1947 foi eleito vereador para a Câmara do Rio de Janeiro pela legenda partidária. Foi sempre alvo das provocações da direita. Quando ainda estava preso foi acusado de participar de movimentos revolucionários na Bolívia e no México, assim como tentaram responsabilizá-lo por um incêndio no 22ºBC, na Paraíba.
Logo ao sair da prisão foi elevado ao comitê central do partido, por indicação de Prestes, ficando responsável por levantar finanças para o jornal comunista Tribuna Popular. Seu êxito na tarefa foi imenso e passou logo a chefiar a seção de finanças do comitê central do PCB. Todos são unânimes em dizer que era um verdadeiro gênio das finanças.
Agildo militou ativamente na direção do PCB até 1956, por ocasião do Relatório de Nikita Kruchov sobre os crimes de Stalin. Para Agildo, como para muitos outros militantes, foi um tremendo choque. De início não quis acreditar, e afirmava que o relatório era invenção do imperialismo. Quando certificou-se da realidade considerou que então tudo deveria ser mudado: as perspectivas estratégicas, a tática partidária, a organização e, principalmente a direção do PCB. Tentou iniciar uma discussão pelos jornais do partido mas isso mostrou-se impossível. Pouco depois das denúncias dos crimes de Stalin, e com menos de um mês de discussões, Prestes enviou ao partido uma carta que as proibia, documento que ficou conhecido como “carta rolha”.
Achando que nada mais poderia fazer dentro do partido, e desacreditando de sua direção, no dia 13 de maio de 1957 Agildo pediu seu afastamento do PCB:
Camaradas do CC
Depois de 22 anos de militância ininterrupta nas fileiras do PCB resolvi, baseado no art. 1º dos Estatutos, em caráter irrevogável, solicitar minha demissão de membro do partido e de membro efetivo do Comitê Central. As razões que me levaram a tal decisão não cabem nos limites estreitos de um rápido bilhete e reservo-me o direito de voltar ao assunto quando julgue oportuno fazê-lo (Rio, 13 de maio de 1957; Barata, 1978, p.352)
Agildo Barata escreveu uma auto-biografia, Vida de um revolucionário (memórias), reeditado em São Paulo, pela Alfa-Ômega, em 1978.
A título de curiosidade reproduzimos a paródia do Hino Nacional Brasileiro feita por Agildo
Hino do Brasileio Pobre
Música do Hino Nacional – Letra de Agildo Barata
Do Norte, das florestas amazônicas
Ao Sul onde a coxilha a vista encanta
A terra brasileira à luz dos trópicos
É como um coração que bate e canta
Operários, camponeses
Estudantes, funcionários, pé-rapados
Já sofremos mil reveses,
Já cansamos desta vida de explorados!
Punhos cerrados,
Levantados,
Protestemos!
Brasil, terra do lenho cor de púrpura
Que logo coloriu nossas bandeiras
Teu nome é só por si vermelha flâmula
Vermelhas são as almas brasileiras!
De pé, formosa e brava mocidade,
De clara inteligência e fortes músculos,
Lutemos por Pão, Terra e Liberdade,
Vem, camarada
Libertador para o fragor da barricada
O verbo, o canto, o braço e o fuzil
Pelo nosso Brasil!
O vento da revolta varre a América
Os negros, os indígenas, os párias
Mineiros, lenhadores e marítimos
Em fim, todas as massas proletárias
Despertai, trabalhadores
Que esta terra tão bondosa e tão clemente
Foi tomada por feitores
Que venderam e expulsaram nossa gente
Punhos cerrados,
Levantados,
Protestemos!
Abaixo os mercenários, os facínoras
Lacaios dos patrões imperialistas
Lutemos contra todos os políticos
Vendidos às nações imperialistas!
Soldados, operários, marinheiros,
Erguendo à luz do Sol sanguínea flâmula,
Tornemos o Brasil dos brasileiros
Vem, camarada
Libertador para o fragor da barricada
O verbo, o canto, o braço e o fuzil
Pelo nosso Brasil!
Obra
Vida de um revolucionário (Memórias), San Pablo, Alfa-Omega, 1978. Colección CeDInCI.
Cómo citar esta entrada: Gomes Vianna, Marly de Almeida (2019), “Barata Ribeiro, Agildo Da Gama”, en Diccionario biográfico de las izquierdas latinoamericanas. Disponible en https://diccionario.cedinci.org